Os sons surdos dos tambores
o tilintar dos sinos
vozes dissonantes convidavam à dança
o vinho não embriagava tanto
senti que deixei meu corpo junto aos sapatos
ali amarrotado como uma blusa tirada às pressas
e eu era só alma bailando ainda que não soubesse
meus movimentos foram tomados de uma graça repentina e surpreendente
sem as limitações do corpo e os acanhamentos da mente tudo era possível
no auge da libação, mão potente e implacável agarra-me pela nuca
aferra-me ao corpo, à blusa e aos sapatos.
sexta-feira, 16 de março de 2012
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