Ouça a música aqui.
Te roubaram a calma te arrancaram a calma
Cadê tuas armas, tua guarda, tua defesa
Tua fortaleza, teu mestre, teu guia pra te socorrer da solidão dessa agonia
Passaram-te verniz em torno, botaram tua mão no forno
Fizeram o teu sanghe morno ferver e o teu corpo queimar impregnado de resina
Curumim nacestes pelo capinzal
Choraste na cuia pitinga, no teu sonho colonial
Tingiste o rio qual tabatinga, incendiaste o palmeiral
Te cegaram aos poucos, te tornaram louco
Cadê tuas tropas, tua escolata e teus soldos, teu sonho cabloco, tua valentia
Pra te socorrer da solidão dessa agonia
A febre é de malaria pura, quinino pra tua amargura, delira teu medo às escuras
Que abriram as feriadas tuas, bebendo o leite de aninga
Tapuio cresceste pelo matagal, sangraste qual pé de seringa
Nas brenhas da terra natal, tingistes o rio qual tabatinga, incendiaste o palmeiral
Te seguiram tantos
Te traíram quantos
Cadê tua terra, tua guerra, teu bando
O sonho cabano, tua mais-valia
Pra te socorrer da solidão dessa agonia
Agora o beco é sem saída
Agora a vela está perdida
Agora o fio da tua vida
Puindo vai arrebentar
Na liberdade dessa sina
Cabano morreste como o castanhal
Sangraste qual pé de seringa
Nas brenhas da terra Natal
Bebendo o amargo dessas vinhas
Que vinham lá de Portugal.
Valsa Cabana
(Antonio Carlos Maranhão)
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
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